10 de jan. de 2010

Algumas vezes um pensamento ocupa um espaço imenso na mente do ser humano e não o liberta até que se faça algo com ele.
Existe quem utilize este pensamento incessante como inspiração... Daí surge música, poesia, criações diversas e no caso de jornalistas, textos.
Não é necessário que seja um pensamento complexo, profundo... E nem importa de onde tenha surgido; pode ser de um encontro entre amigos, de uma balada divertida ou até de um papo acompanhado de uma pizza num sábado à noite.
O que sei é que o pensamento fica ali, remoendo, remoendo e você precisa externá-lo.
Então, aqui está o mais recente que tem cutucado meus neurônios:
Que táticas o ser humano utiliza para identificar e reconhecer os valores de outra pessoa?
Compliquei? Descomplico:
Ao conhecer uma pessoa, geralmente fazemos observações e julgamentos superficiais...a famosa “primeira impressão”.
Quem é este ser humano que se apresenta a minha frente?
E muitas outras questões surgem em fração de segundos, quase instintivamente, pretendendo responder esta pergunta inicial.
Como eu nunca ouvi alguém dizer (ou pelo menos assumir) que gostaria de conhecer alguém desonesto, mentiroso, falso... Então, um dos julgamentos principais, é este:
Esta pessoa é confiável?
No caso específico de uma apresentação entre um homem e uma mulher a coisa torna-se um pouco diferente... Pensamentos machistas ou feministas ao extremo podem interferir nessa observação inicial.
E este “inicial” não se refere apenas ao primeiro encontro, pois demora um pouco mais de tempo (às vezes muito mais tempo) para identificar os valores éticos (e talvez morais) de uma pessoa.
Independente do espaço que se pretende que esta pessoa ocupe em sua vida, identificar se é uma pessoa “do bem”, uma pessoa respeitável, confiável, digna, honesta, sincera, trabalhadora, inteligente, serve para futuros amigos, namorados, amantes, colegas de trabalho... Não importa.
Principalmente quando enganos anteriores, precipitações, julgamentos equivocados existiram com pessoas que nos foram apresentadas anteriormente, uma palavra surge imediatamente: receio.
Receio de errar novamente.
Então cria-se parâmetros para enquadrar este ser que se apresenta.
Se ele fizer isto, serve. Se fizer aquilo, não serve.
Se falar isto, ótimo. Se não falar, um ponto a menos.
Se agir assim, adoro. Se agir de outra maneira, odeio.
Se a pessoa sai por um instante deste limite, destes parâmetros previamente definidos, adeus.
Não serve para ser amigo, namorado, colega de trabalho.
E aí está a questão: este julgamento todo, limitado por tanto receio, protege de conviver com pessoas ruins e evita transtornos ou limita demais e afasta por um pequeno detalhe pessoas boas?

Compliquei de novo? Tento descomplicar:
Mulheres são injustamente observadas e julgadas porque assumem suas vontades e desejos sem pudores... Confunde-se isso com leviandade.
Homens são injustamente observados e julgados porque dizem aquilo que pensam e sentem... Confunde-se isso com imaturidade.
Entre tantos outros exemplos de julgamentos precipitados.
Existe quem se proteja de todo este julgamento e toda esta observação e pense muito antes de falar, pense muito antes de agir... Só que torna-se artificial... tudo planejado estrategicamente para surpreender positivamente.
Talvez nem tão real.

E aí corre-se o risco de errar, talvez com maior probabilidade: afasta-se quem mostra toda sua essência e convive-se com quem agiu, pensou e falou planejadamente.
Mas a escolha é individual. Cada um escolhe as táticas particulares de julgar se uma pessoa é boa ou não.
Eu? Escolho a transparência...ainda que não seja a perfeição.
Porque acredito que honestidade, caráter, dignidade e confiabilidade não estão estampadas em uma atitude apenas, uma palavra ou um gesto...reconhece-se tudo isso quando permite-se que o outro se mostre por inteiro.
Até porque é assim que me mostro: não perfeita, mas real.

3 comentários:

  1. Putz neguinha!!!!!!!!!!Vc guarda td q escreve???Pq "escreve" aliás , define ,tão bem as coisas q me vejo ...me leio... me enxergo em seus textos...
    Vc entende da alma humana ... e por isso q t admiro e t amo tanto...
    Marcilene

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  2. Na verdade é isso mesmo...Ninguém é perfeito!
    Tentamos ser o mais agradável possível...mesmo não dando muito certo.

    E é por isso q o ser humano é tão complexo!!!


    Beijos
    Fabio

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  3. "A busca do perfeito é instintiva, mas o que existe verdadeiramente resume-se ao belo! O perfeito logo dá lugar ao conhecer, que duro e tirano mostra-nos como somos em nossa essência e essa descoberta nos invade transformando a estima em decepção". Alessandro Brito

    Eu, utilizo da minha lista de relevantes e irrelevantes...
    Depois de passar algum tempo na noite, notei que poderia fazer uma triagem sem muita injustiça, ao meu ver claro...rs
    Me deparo com duas lindas moças no mesmo ambiente (seja ele qual for)... uma trata o garçom com cordialidade! É amável com suas amigas, nunca dá as costas para nenhuma delas...
    A outra linda que só ela, pega sua "breja" sem ao menos olhar na face do garçom, excluí uma ou outra amiga em alguns momentos da conversa...

    Está feita minha triagem, jamais abordaria a moça do segundo exemplo. Uma mulher linda, sem humildade...
    Parece radical eu sei, mas se somos o que fazemos... Poderia uma moça esnobe ou egoísta se tornar humilde em minutos? Até pode, se for conveniente pra ela, se eu comprar essa idéia, aí sim, fui injusto, mas comigo! Terei que no futuro pagar o preço...

    Já sou fã desse blog!

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Obrigada por ler...