27 de dez. de 2010

23h59 de 31/12/2010

Pode chegar novo ano...
Chega intenso que eu estou inteira.

Chega cheio de risada, sorriso e gargalhada...
Vem piegas, bem humorado...
Cheio de prazer, alegria e diversão.

Vem pronto para tirar meu equilíbrio, mas não a minha paz, que dessa eu não abro mão. Não mais.

Chega para acalentar, serenar...
Vem para proteger, acolher.

E vem para desassossegar; vem aventureiro, arriscado, incerto.

Vem flertar, galantear...vem prazenteiro.

Cheio de ventura...sorte, acaso, destino, fortuna.

Vem com galhardia, bravura, brio, valentia...
Vem no contra-ataque...na oposição...reação.

Chega desalinhado, baderneiro, travesso...
Vem melado, açucarado.

Vem para infringir, transgredir...
desobedecer.

Chega sem nexo, com sexo, suor, transpiração...
Vem cheio de charme, fascínio, sedução.

Chega amigo, benigno...
Vem com Amor..."tudo, muito e sempre"

Chega saudável, rijo, vigoroso...
Chega com uma boa e renovada dose de fé.

Pode chegar novo ano...chega favorito, predileto, preferido!

24 de dez. de 2010

Papai Noel...sei que já está de "saco cheio" com tantos pedidos, mas eu fui uma "boa" menina este ano...(considerando que ser boa é diferente de ser boazinha, claro)...então, acredito que tenha crédito com você...este ano eu desejo ALEGRIA...alegria desvairada...sorrisos "descompromissados"...devaneios...bons amigos, bons abraços, boas risadas...VIDA LEVE...
E claro, como todo ano o pedido essencial e repetido: coragem para amar...amar muito, amar tudo e amar sempre...é isso bom velhinho! De resto, eu tenho saúde, então tenho tudo!
FELIZ NATAL pra você aí, dá um trato na Mamãe Noel hoje a noite e deixa pra entregar os presentes ano que vem, no "intervalo eterno" entre o Carnaval e o Ano Novo, afinal, estamos no Brasil...emende o feriadão!!! : )

22 de dez. de 2010

AO MEU AVÔ...

Resolvi publicar, em homenagem ao meu grande avô, que faleceu em 17/12/2010 (um mês antes de completar 92 anos), uma carta que escrevi no dia que ele completou 90 anos (2009)...e que graças a Deus pude ler para ele com saúde, sorrindo e cantando parabéns...e "tirando um barato" dos amigos e familiares presentes, equilibrando sua velinha de 90 anos com palitos de dentes! rsrs...pra vc...sempre...

O NOSSO AVÔ

AVÔ – no dicionário - substantivo masculino: o pai do pai ou o pai da mãe.

O pai do pai...o pai da mãe...só? e pronto? Ponto final?
Ah, esse tal de “Aurélio” não teve avô...ou se teve, não era igual ao nosso avô.

Se o dicionário fosse escrito por nós, o verbete seria assim:

Avô:
É aquele que foi chamado por várias vezes de cocô, ao invés de vovô, logo que a neta aprendeu a falar. Por exemplo, na sala do médico, a netinha chorando: mãe, eu quero cocôôôôô...E nem por isso ele a deserdou!

É quem ensinou a comer pão com manteiga e açúcar e achar isso muito normal.
Ensinou também a achar uma delícia levar pão com ovo para o lanche na escola.

É a pessoa que não se importava em buscar os netos na escola, mesmo quando tinha acabado de deixá-los lá e eles fingiam uma dor de barriga ou de cabeça, só para chegarem mais cedo na casa do vovô e da vovó.

É aquele que comprou para o neto o primeiro vídeo game, a primeira bicicleta e tantos outros primeiros desejos e brinquedos.

É quem comprava um anel de plástico para a neta toda sexta-feira quando a levava no sacolão, o que virou tradição e a fez “gostar” de feira.

É quem deixou por várias vezes a casa muito cheirosa, com aroma de pão com goiabada, pão com presunto e queijo, roscas, bolinhos de chuva e tantas outras produções deliciosas.

É aquele que pintou para os netos um quadro - com os “Dois Porquinhos” (e não me pergunte onde estava o terceiro porco), o Pato Donald e um ser não-identificado, (apesar do pintor insistir que aquilo era um índio) – e que conseguiu que 30 anos depois os “netinhos” ainda considerem aquilo uma obra de arte.

É quem ensinou a cantar, decorar e gostar (pasmem, gostar!!!) da música do Alvarenga e Ranchinho, que o Rolando Boldrin canta, “Romance de uma caveira”...aqueeeeela: “Eram duas caveiras que se amavam...” e por aí vai. Quem também cantou e tocou muito violão para os netos ouvirem e valorizarem as músicas antigas e boas.

É aquele que fez casinha de madeira, cadeira de penico (acreditem!!!), mesinha pra fazer lição e tantas outras artes da marcenaria para os netos.

É quem foi padrinho do casamento do neto e estava muito chique de terno e gravata...e quem um tempo depois foi visitar o bisneto no hospital no dia em que nasceu e orgulhoso pegou o bebê no colo, torcendo para que seja “um pouco menos bagunceiro” que o próprio neto.

É aquele que ensinou os netos a jogar buraco...e a ganhar de todo mundo.

É quem colocou espelhos espalhados pelos cantos da garagem só para a neta não ralar o carro novo (mesmo jurando que confia nela dirigindo!!!)

É quem diz que mudou de time...virou Azulão e agora torce pro São Caetano, porque está cansado de ver o Corinthians perder...(mesmo que a neta saiba que é pura provocação).

É quem te deu a família mais linda do mundo de presente.

Avô, é quem faz exames de saúde e com 90 anos, quando pega o resultado, diz que os médicos deveriam lhe devolver o dinheiro, porque “estes exames nunca dão nada”!

Pai da mãe?
Só se for o avô do “Aurélio”...o nosso avô, é muito mais.
É quem nos ensinou o significado profundo de algumas palavras, sem precisar procurá-las no dicionário:

Respeito – Dignidade – Família – Honestidade

“Vô...descobrimos que nem todas as palavras do dicionário podem expressar o que queremos dizer hoje...então, o que podemos dizer é:

OBRIGADO!
OBRIGADO POR VOCÊ EXISTIR!
André e Ana Paula

(Lembrança dos 90 anos de Roque Silveira)
16/01/2009

28 de nov. de 2010

Reflexão do texto anterior...

Porque o FINAL FELIZ é na verdade o COMEÇO... : )

27 de nov. de 2010

EU ACREDITO EM FINAL FELIZ...

Eu realmente acredito em final feliz.
Final feliz, feliz, feliz mesmo...não exatamente como os finais de contos de fadas, em que "todos são felizes para sempre"...esse "para sempre" aí talvez não seja tão simples, mas isso é assunto pra outra hora.
O final feliz que eu acredito, é simplesmente um "final feliz"...finais felizes daqueles de filmes, onde o menino e a menina (acho mais bonito do que escrever o mocinho e a mocinha) relutam em admitir o amor...depois lutam internamente contra ele...e entregam-se desesperadamente quando percebem que não tem o controle de tal sentimento...e aí, correm atrás, brigam, lutam, choram, cantam, vivem...
Porque eu acredito no amor.
Não em qualquer amor. Acredito em um grande amor. Grande, na maior proporção que você consiga imaginar. Grande de exagerado, de insano, de incontrolável, que te faz perder a razão, o juízo...
Amor...amor amor amor, amor mesmo...Um grande amor...é o que eu quero viver.
Não me contento com qualquer amor...quero viver um grande amor, um amor de um desejo ardente...de "querer muito muito muito"...
Tenho consciência de que um amor assim tão intenso pode trazer sorrisos e lágrimas...mas e daí? É essa intensidade toda que eu quero viver...com tudo o que esse amor tiver para oferecer...até o final feliz.
Porque eu tenho certeza que sim, eu acredito em final feliz! Porque é o único final que vale a pena...e porque hoje, a palavra da minha vida é INTENSA! : )

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Geralmente eu tenho um tema na mente e vou trabalhando a inspiração até escrevê-lo aqui...escrevo, leio, releio...desta vez não...pensei nisso: EU ACREDITO EM FINAL FELIZ...aí resolvi não deixar para depois, não pensar se existe alguma dúvida nisso...porque HOJE, AGORA, inteira e intensa eu posso dizer "Eu acredito em final feliz"... : )

16 de nov. de 2010

...

Ansiedade prolongada por não saber se sim ou não...Tristeza que arrasa ao saber que não...Necessidade de recomeçar...desequilíbrio entre força e fragilidade...agitação por ver o que não se quer...agitação também por não saber nada...sentimentos indesejados...Repetir até ser possível: "Descansa coração e bate em paz"...

3 de out. de 2010

Em pausa para meditação (no meio de uma crise de idiotice*)

Talvez pudesse ter feito diferente, ter dito diferente, ter agido diferente (desde o começo)... Mas porque conhece a própria essência, sabe que não havia a menor chance de ter “sido” diferente**. Conhece a própria essência e “ama-se”. Antes e mais do que a qualquer um.
Não tem vergonha de rir ou de chorar (mas prefere que as proporções sejam diferentes).
Não vê motivos para não falar sobre o amor que sente, seja ele amor-próprio ou o amor pelo outro.
Arrepende-se, claro...”ser” humano!
Reconhece que não é sempre que é capaz de revelar sua essência. E entristece.
Porque enxerga sua essência leve e sabe que o outro algumas vezes a enxerga diferente...tem esse direito.
Por um segundo sente o desejo de voltar no tempo e recomeçar...só por um segundo. Passa.
Porque acredita que tudo valeu a pena...principalmente porque a alma não é nada pequena...(paráfrase, Fernando Pessoa).
Tem consciência de que é forte. Forte para viver os sentimentos ao limite...e ao encontrar o limite, transformá-los, se necessário for. Sabe que isso algumas vezes dói. Encontra uma maneira.
É feliz por ser inteira. E ser inteira significa somar lágrimas e sorrisos, erros e acertos, amores e dores.
Fortalece sua alma com um minuto de felicidade; e nesse minuto faz questão de acreditar que a felicidade vicia.
Acredita no amor. Mesmo. No amor pelo ser humano.
Ouve dizer que Deus concede aquilo que o ser humano precisa, não aquilo que deseja. Torce para que (pelo menos) de vez em quando seus desejos sejam compatíveis com suas necessidades. (principalmente quando quer tanto tanto tanto...)

Precisa escrever, ler e reler o texto acima. Para acreditar.

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*crise de idiotice ( termo utilizado para nomear meus momentos de lágrimas, emoções e afins...(by neighbour...rsrsrs)

**esse monte de "particípio" dos verbos me deixaram de cabelo em pé para escrever...rs...usei aspas assim me permito a licença poética...rsrsrsrs...acho que vou estudar Letras...puts, 3 faculdades não! rsrsrs

10 de set. de 2010

É melhor porque é minha

Momentinho filosófico este...
Filosófico, no Aurélio*: racional, lógico.
Ah, então, nem tão filosófico assim...

Sabe aquele papo de que “o que você planta você colhe”?
Urge trocar o plantio.
Sabe aquele papo de que “em time que está ganhando não se mexe”?
Urge trocar desde o atacante, passando pelo zagueiro até, quem sabe, o gandula.
Sabe aquela frase (que não sei de quem é) “A vida é o que você faz dela”? Urge trocar...
Epa epa! Aí não dá para trocar!
Então pára tudo!
“...pra recomeçar...” (Dá-lhe Frejat**...de novo)
Para recomeçar a lembrar no que eu acredito, no que eu desejo, no que eu posso, no que é certo (para mim, só para mim), no que eu não sei, no que eu sou!
Para recomeçar a me ouvir, a me sentir, a me “re-conhecer”.
E com a certeza incontestável de que qualquer pensamento, decisão, atitude minha, é melhor porque é minha... E é o melhor que eu posso agora.
Aí já estou no lucro.


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*Paixão por dicionário é coisa de jornalista ou de gente inteligente? Espero que seja dos dois...

**crédito a quem merece: música "Amor para recomeçar" - Frejat/Mauricio Barros/Mauro Sta. Cecília

11 de ago. de 2010

VIDA LEVE

Não aconteceu nada de extraordinário. Não fez grandes mudanças. Não tomou uma atitude radical...E sentiu a vida leve.
Não consegue explicar direito, mas a vida está muito leve, gostosa de ser vivida.
Tudo o que sempre fez e continua fazendo do mesmo jeito, está mais leve...sorrisos, abraços, aventuras...
Até o mau humor, a preguiça, o frio...nada está perfeito e nem deseja que esteja.
Que continue assim...não se trata de perfeição...se trata de realidade.
Medo...hum, o medo...está lá...firme e forte...resistente...insistente...cuidadoso...O que fazer com o medo? Subestimar ou superestimar? Nem um nem outro...antes de tudo, não se deixar paralisar.
Até porque não vê vantagens em trocar a vida leve pelo medo das consequências.
...
Vida leve...eu quero mais!!!

7 de jul. de 2010

ANTES BEM ACOMPANHADA DO QUE SÓ e O AMOR QUE QUERO PARA MIM (um texto dentro do outro, prontos, finalmente)

Sou adepta e defensora do cultivo do amor-próprio. Acredito sim que é importante amar a si mesmo antes de amar o outro.
E quando se cultiva o amor-próprio, um dos aprendizados é que é possível ser feliz sozinho (tenho até um texto sobre isto neste blog)...mas é possível “de vez em quando”.
Sim, só de vez em quando...porque chega uma hora que cansa.
Cansa fazer planos sozinho...e digo sozinho, sem amor...porque os amigos, quando são amigos de verdade, sempre estão próximos...te incentivando, lembrando que você é amado e que merece ser feliz.
Sim, os amigos, a família, estes estão “sempre lá”...seja este “lá”, aonde for...
Chega um momento que sente-se vontade de dividir tudo com alguém. Com “um” alguém.
E este “um” alguém, pode-se chamar de “um” amor.
Daí chega a hora de pensar: que amor eu quero para mim?
Bom...assunto difícil...por isso mesmo, fascinante.
Me fascina pensar sobre o amor que quero para mim.
Um tempo atrás, eu diria:
“Não sei o que eu quero da vida, mas saber o que eu não quero já é um começo.”
Sim, sim...continuo acreditando que saber o que não se quer seja mesmo um bom começo.
Mas hoje eu sei mais. Um pouco mais sobre...

“O AMOR QUE QUERO PARA MIM”:

Não sou perfeita e não busco a perfeição no outro. Busco aquilo que acredito que posso oferecer também.

Quero o amor de alguém que me admire.

Admiração, no “Aurélio”: sentimento de deleite (prazer intenso), enlevo (encanto), respeito ante o que se julga nobre, belo ou digno de amor.

O amor que quero para mim é um amor que queira conhecer a minha essência e que me permita ser quem eu sou...que enxergue minhas qualidades com o coração e meus defeitos de óculos escuros...que saiba rir do meu jeito estabanado de ser. E que saiba rir de si mesmo.

Amor de alguém que se permita mostrar também a sua essência...que não prenda o choro, nem o riso, que não esconda seus medos e nenhum dos seus sentimentos.

Um amor “do bem”...que saiba o valor da honestidade, dignidade, lealdade, tolerância e da paz.

Esse amor pode nascer de uma paixão...paixão essa que ainda que amadureça, não perca o tesão, o desejo, a vontade de conhecer o outro criativamente e por inteiro.

Que traga sonhos que possam ser complementados pelos meus...para sonhar junto.

Um amor que saiba fazer nada ao meu lado. Que curta com a mesma intensidade momentos de gigantesca aventura, emoção, diversão e momentos simples, tranquilos.


O amor que quero para mim não é perfeito, nem acima do bem e do mal...eu quero um amor real... Que tenha a grandeza de reconhecer que pode errar e a nobreza de saber perdoar.
Acima de tudo, um amor disposto. Disposto a crescer e evoluir junto comigo, disposto a ceder algumas vezes...outras vezes censurar com serenidade . Que tenha a vontade de aprender e ensinar, de falar e ouvir, de acolher e ser acolhido... De amar e ser amado.

E como “o amor que quero para mim” é meu e ninguém tasca, posso querer mais um pouco, certo? Então vou dizer: não precisa limpar os trilhos do metrô, nem ir a pé do Rio a Salvador (nossa, isso deve cansar!)...muito menos dormir de meia pra virar burguês (credo, que feio!)...já está de bom tamanho se “o amor que quero para mim” puder desejar todo dia a mesma mulher...(boa, Barão Vermelho!!!).


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Por tudo isso que sei que desejo hoje, posso afirmar: Antes bem acompanhada do que só.
É isso que prefiro hoje.

1 de mai. de 2010

"Antes bem acompanhado do que só" (Mais um texto não terminado)

Sabadão à noite, sentei em frente ao notebook e pretendia escrever um texto com este título: "Antes bem acompanhado do que só". Comecei a digitar e não rolou.
Então resolvi voltar ao texto não finalizado "O amor que quero para mim" e adivinhe?!? Não consegui terminar...aumentei uns dois parágrafos e só...que estranho! Conforme escrevo, parece que o texto perde a leveza, simplicidade e torna-se profundo demais...não é isso que quero ao escrever...
Até porque o amor que quero para mim é leve, simples e real.
Bom, do texto todo a frase que é digna de permanecer nele é esta:
"...conhecer o outro criativamente e por inteiro..."
Um dia eu termino de escrever.
Mas devo dizer: "Antes só do que mal acompanhado" sim, sempre. E "Antes bem acompanhado do que só" também. : )

7 de mar. de 2010

??? DECIDIR !!!

Para os que se rotulam (ou são rotulados) indecisos, não é confortável fazer escolhas. A hesitação ocorre independente da importância da decisão. Basta sentir que é preciso decidir entre uma coisa ou outra e está decretado o início do sofrimento.
Indecisão que tem origem (ou pelo menos ligação profunda) no medo e no arrependimento...Mais precisamente, no medo de se arrepender.
Como escudo o indeciso apóia-se em frases do tipo: "Deixo a vida me levar".
Engana-se.
A partir do momento em que evita decidir algo, já está tomando para si as consequências desta escolha, ainda que não perceba que a está fazendo.
O que significa "deixar a vida levar"?
Criar um vácuo...que pode ser ocupado por outras pessoas, pelo tempo...ou alguém decide por você ou o tempo passa e a decisão parece tomada automaticamente, "pela vida"...grande engano.
Volta-se a questão inicial: abster-se já é uma escolha, uma decisão; a total responsabilidade pelas consequências dessa abstenção recai sobre o indeciso de qualquer maneira.
Não é garantia de não sentir arrependimento ou medo, portanto.
A decisão de não tomar uma decisão é incoerente.
Então, por que fugir? Por que não decidir?
Assumir as consequências, sejam elas quais forem, de uma decisão tomada, é mais corajoso, confortável e admirável.
Confortável porque sente-se o prazer de ter escolhido entre uma coisa e outra...sente-se o poder de ter pegado as "rédeas" nas mãos.
Corajoso, porque assume-se a possibilidade de errar ou acertar...e colher as consequências do erro ou os louros do acerto.
E admirável, porque é preciso ter fibra para decidir a todo instante.
A orientação da psicologia, é que o indeciso inicie tomando pequenas decisões, até conseguir tomar decisões grandiosas e importantes...mas ainda prefiro a indicação do Djavan, na música "Se": "Você disse que não sabe se não, mas também não tem certeza que sim, quer saber, quando é assim, DEIXA VIR DO CORAÇÃO..."
Eu escolho decidir - e tenho aprendido.

21 de fev. de 2010

Sambão e enchente

Para driblar a fase de textos profundos, emocionais e geralmente chatos, vou finalmente escrever sobre uma peripécia que ocorreu há vários anos.

Show do Fundo de Quintal, Olympia, gravação de DVD. Claro, mais do que depressa compramos os ingressos, eu e Vivi Castello.
Na terça-feira do show uma chuva bem forte caiu sobre a terra da garoa. A TV já mostrava congestionamentos, trânsito e Dona Míriam alertava: cuidado hem, lá na Lapa algumas ruas alagam (algumas???)...Comentários que não seguraram nossa empolgação de sair para a balada. Por que não ouvimos a mamãe?
Após alguns momentos daquela velha dúvida "Com que roupa eu vou, pro samba que você me convidou?", saímos lindas, livres e felizes. Estava frio, "modelito" da estação, porém adequado a juventude que emanava de nossos corpos: minissaia, bota de couro preto de salto altíssimo, sobretudo...
Na porta do Olympia, aviso em letras garrafais: POR PROBLEMAS TÉCNICOS NÃO HAVERÁ GRAVAÇÃO DE DVD. Nada de aparecer lindonas no DVD, mas o samba bom estava garantido.
Entramos. Não, não assim com um simples "entramos”... Com a tradicional ENTRADA TRIUNFAL, afinal, éramos eu e Vivi Castello.
O show?
Ah, era "Fundo de Quintal, berço de terreiro de bambas..." Preciso falar mais?
"Quero ver quem vai ficar nessa roda sem sambar”... Nem nós, que não sabemos sambar.
Dançamos, curtimos, pulamos, cantamos; opa! A Vivi cantou, eu só troquei as letras de lugar:
"Lá, no semear da Mangueira, a velha samariqueira, canta o grande rio nãnãnãããã..."
Tradução: "Lá o samba é alta bandeira e até as tamarineiras são da poesia guardiãs". Igualzinho. Ai ai ai.
Para fechar com chave de ouro, nossa música: "A amizade, nem mesmo a força do tempo irá destruir, somos verdade..."
Abraços, emoção, olhares e a certeza de que "valeu por você existir amigo".
O show chegou ao fim. Como diria Jorge Aragão, "Mais um pouco e vai clarear (...) boa noite boa noite, pra quem veio só sambar..."
Saímos e percebemos que a chuva continuava.
Sambão no último volume novamente e tentamos voltar para casa.
Primeira entrada da marginal Tietê interditada: alagamento.
Como amiga Vivi possui um GPS instalado em seu cérebro, foi indicando outras chances de voltarmos para casa. Próxima entrada da marginal: interditada.
E assim continuaram nossas tentativas em vão de ir embora... Grande parte das ruas interditadas pela CET, outra alagadas sem condições de qualquer tentativa de ultrapassar a barreira de água, a não ser que você estivesse de bote.
Várias tentativas...até a grande idéia: melhor parar em algum hotel por aí e passar a noite. Vamos embora amanhã, não dá pra continuar. E não dava mesmo.
Quase entregando os pontos, a última tentativa seria a ponte da Casa Verde. Adivinha? Acesso interditado. A solução era o hotel.
Opa! Um funcionário da CET move a barreira que interditava a tal rua para um caminhão passar...carros foram atrás do caminhão. E eu, tive a brilhante idéia de seguir também, afinal, se o cara da CET estava autorizando nossa passagem, talvez a rua já tivesse em condições de nos receber...madrugada, muito escuro, seguimos.
Tudo tranqüilo, pouca água na rua até que...caramba, o que era aquele rio que eu enxergava da janela de Vivi? A água veio não sei de onde, mas sei exatamente em que lugar ela queria chegar: em cima do nosso carro.
Pense em “muita água”. Pensou? Tinha muito mais.
Era muita água mesmo!
Eu tentei seguir em frente, mas o desespero bateu, afinal parecia que estávamos em um rio.
Solução genial? Subir na calçada.
Era madrugada, aproximadamente uma hora e trinta minutos.
Descemos do carro no meio da água.
No bar do outro lado da rua, o povo nos chamava e observava se conseguiríamos atravessar.
Agora imagine a cena. Duas mocinhas lindas, vestidas para matar, descendo de bota de salto alto no meio de um rio e tentando atravessar a rua.
Conseguimos. Entramos no bar. E dali não saímos até às nove horas da manhã.
A propósito: a água já tinha invadido o bar, mas como era mais alto, só nossos pés ficaram na água. Sim, nossos pezinhos lindos, desde a uma da matina até as nove.
Enfim, sobrevivemos.
Meu pensamento inicial: meu carro estava no meio do alagamento, mas eu e minha amiga estávamos vivas. Dane-se o carro, depois eu conto o prejuízo. Sim, prejuízo, porque o carro não tinha seguro. Não me importei com ele no momento.
Como é de praxe em nossa existência, eu e Vivi procuramos então encontrar o que aquele momento teria de bom. Bom talvez não seja a palavra certa para dizer o que pudemos retirar daquele momento. Interessante, talvez.
No bar mais pessoas chegavam; algumas eram moradoras das casas que ficavam na rua atrás daquela avenida, que tinham saído de casa para não morrerem afogadas lá dentro. Muito mais triste que o nosso caso. Outras, motoristas que tiveram a mesma brilhante idéia que eu de subir na calçada e haviam largado seus automóveis desamparados, perto do meu.
O bar ficou cheio.
Conversa vai, conversa vem, chega uma dupla sertaneja que vinha de um show em sua Kombi branca que também tinha ficado na água.
Diversão garantida. Mesa montada, cadeiras no meio da água e começou a cantoria. Vivi e eu? Sabíamos várias músicas, afinal, eles cantavam moda de viola e nossos avôs favoreceram esta parte da nossa cultura.
Só que por mais disposição, simpatia, boa vontade que tivéssemos, passar horas com os pés na água cansou. Resolvemos ir até o Hotel Ibis, que ficava na próxima esquina. Passaríamos o resto da noite lá.
Adivinha? Lotado. Outros alagados tiveram a mesma idéia que nós.
Tomamos um chocolate quente e só nos restava voltar ao bar.
Durante a noite, alguns guinchos e até o caminhão de bombeiros tentaram atravessar o rio que havia se formado na rua, mas nem eles arriscavam.
Talvez você esteja pensando: por que elas não foram embora?
Como? As ruas próximas a ponte estavam alagadas também. Nenhum automóvel arriscaria vir nos buscar ali. E no meio daquela cena, como largar o carro lá? O cérebro alagou também, não pensávamos mais.
O dia foi clareando e certa hora parecíamos estátuas. Estávamos congeladas, desoladas, uma nem conversava mais com a outra.
Até que desistimos de esperar a água baixar. Fomos embora a pé, deixando o carrinho abandonado. Atravessamos a ponte da Casa Verde, chegamos na Av. Braz Leme e lá, bem mais para frente, pegamos um táxi. Fomos até o metrô e ensopadas chegamos até o Tucuruvi, onde vovô de Viviane foi nos buscar de carro, xingando até nossa terceira geração.
Entrei em casa e meu avô me esperava, tínhamos avisado pelo celular qual era nossa situação, mas sem detalhes para não alardear. Minha mãe quase não pronunciou uma palavra. Acho que o pensamento dela era mais ou menos, “eu avisei, eu avisei”. Liguei para o meu querido irmão, que na época era um exímio motociclista e já tinha saído para trabalhar.
Enquanto esperava a chegada dele, liguei a TV. Notícia no SPTV: “Há cinco anos não chovia tanto em São Paulo.” Várias imagens de muitas ruas alagadas na cidade...”Ei, meu carro!!!”
Sim, o helicóptero filmou meu carrinho lindo no meio do alagamento. Vista de cima, a situação era ainda mais impressionante. A extensão da área alagada em volta dos carros era enorme.
Sentei e chorei.
Mas não antes de tomar um banho quente.
Meu lindo irmãozinho chegou e aventureiro como ele só, convidou-me para ir até o local ver o que se poderia fazer com o carro.
Adivinha? Eu aceitei.
Mais aventura. Se você conhece o André deve imaginar a emoção de ir de moto, na garupa dele até a Ponte da Casa Verde - na cidade completamente alagada.
Se você não conhece o André, posso tentar explicar a aventura: lama? Não era problema para ele. A moto derrapava, eu quase morria do coração, mas ele passava. Áreas da Marginal Tietê alagadas, onde vários motociclistas parados olhavam desolados para a água? O André passava.
E assim cheguei inteira. Milagre.
Chegamos na ponte e observamos a situação. Agora com a luz do dia a coisa parecia pior. Frase-pérola do meu querido irmãozinho: “Ana Paula, como você conseguiu colocar o carro lá?”
Sentei e chorei. Na rua mesmo. Chorei ao ver o carro lá longe, com muita água ao redor. A água ocupava vários quarteirões.
Outras pessoas observavam a cena e diziam ao me ver chorando: “É duro.”
E era mesmo.
Nada como ter a casa alagada, eu bem sabia disso, mas meu problema é meu. E dói em mim.
Fomos até o carro. Sim, enfiei novamente os pés na água.
Ao abrir a porta percebi o estrago: a água tinha invadido o carro. Sentei no banco e fiquei.
Enquanto conversávamos com as pessoas ao redor, eu e meu irmão vimos uma cena que não tem explicação.
Após uma hora naquele local, a água começou a baixar. Muito rápido. Parecia que alguém tinha aberto a tampa do ralo.
E depois de mais uma hora, a rua estava praticamente sem água.
Idéia do irmão: vamos ligar o carro.
Como não adiantava contrariar, deixei ele tentar, torcendo junto com as pessoas ao redor para que funcionasse.
Funcionou.
Só um detalhe: um outro Palio que estava ao lado do meu, bem ao lado, na mesma altura da calçada, não funcionou, tinha entrado água no motor.
Vai entender!
Então fomos embora, eu dirigindo aquele carro alagado e meu querido irmão me seguindo com a moto.
A água ia de um lado para o outro no carpete do carro, o cheiro era horrível e tinha muita sujeira lá dentro.
Mas cheguei em casa. Em casa não. Fui direto para uma oficina que fazia tapeçaria. Lotada de serviço, claro.
Deixei o carrito lá e esperei uma semana para tê-lo de volta, com muito cheiro de cola, porém sequinho.
Contabilizar a situação:
Ganhos? Observar a solidariedade das pessoas e a capacidade do ser humano, talvez mais especificamente do brasileiro, em tentar encontrar o lado bom de toda situação. E ainda levei o cartão no bolso da dupla sertaneja que deve estar fazendo shows por aí, viajando em sua Kombi branca.
Prejuízo? Não tão grande financeiramente. Talvez maior emocional.
Sem exageros, este foi um episódio traumatizante. Choveu mais forte hoje? Meu coração dispara e se estou em casa nem saio de lá.
E nestas horas passa na sua cabeça um bocado de coisas. Eu vi meu carro ser alagado, chorei, tive medo, mas existe muita coisa pior: muita gente morre nestas enchentes por tentar sair do carro tarde demais ou por ser arrastado pela correnteza. E aqueles que vêem suas casas serem invadidas pela água?
Eu passei uma noite na água, mas na outra noite, deitei na minha cama quentinha.
E por isso, agradeço a Deus.

18 de fev. de 2010

Há dias escrevo um texto, "O amor que quero para mim"...e não consigo terminar.
Na faculdade uma noite, um professor disse que jornalista não pode dizer que está sem "inspiração", afinal é formado para escrever. Concordo em partes...porque a inspiração ajuda, mas realmente não é essencial. Escreve-se sem inspiração, sem vontade...mas não um texto com este título.
Não terminar este texto me incomoda. Não compreendo os motivos que são causadores deste bloqueio.
Teorias psicológicas apontariam, talvez, que é uma fuga para não enfrentar os reais desejos...não, nada tão profundo. Já pensei em preguiça também, mas não, não é isso ainda.
Quer saber? Chega de pensar. Quando for possível eu termino de escrever.
Enquanto isso vou buscando um tipo de amor que tenho certeza que quero para mim: o amor próprio - ou a afirmação deste amor - Esse sim, essencial.

31 de jan. de 2010

OVERDOSE DE SI MESMO

Antes de iniciar a leitura desde texto, leve em conta que a autora aqui passou sexta, sábado e domingo sem fazer nada e que acabou de chegar da padaria chique que fica na Avenida Dumont Villares, onde foi comer pão com carne louca e tomar coca-cola com gelo e limão...e ser feliz...sozinha...

Auto-diagnóstico: overdose de mim mesma.
Não concordo com Jobim quando ele diz em “Wave” que “é impossível ser feliz sozinho”.
Frase feita: "Isso é relativo", Jobim.
Porque é adorável ser feliz sozinho quando existe amor-próprio.
Sinto imenso prazer em tomar banho, ficar linda e cheirosa, pegar meu carro, ligar o som no volume 25 ouvindo um samba bom e sair...pra onde o vento me levar...nada de vento não: para o lugar que eu escolhi.
Sair sozinha. Sair livre. Sair comigo mesma. Em ótima companhia, diga-se de passagem.
É possível ser feliz sozinha assistindo a um show.
É possível ser feliz sozinha viajando.
É possível ser feliz sozinha revendo (pela milésima vez) o filme Cocoon, comendo pipoca sábado à noite.
É possível ser feliz sozinha comendo pão com carne louca na padaria chique.
É possível sim ser feliz sozinha quando reconhecemos a beleza de nossas próprias qualidades e a graça (ou a desgraça) dos nossos defeitos. Principalmente, é possível ser feliz sozinha quando rimos de nós mesmos...e quando choramos também.
MAS...(caramba, lá vem essa conjunção adversativa de novo!!!) às vezes cansa.
Ser feliz sozinho cansa.
Não que canse para sempre, não...nada de exageros. Mas cansa um pouco. Cansa por um tempo. O diagnóstico: overdose de si mesmo.
Cansa pensar sozinho. Cansa falar sozinho. Cansa estar sozinho.
E quando se é independente e poderoso então...ah, aí cansa mesmo.
Porque você tem uma idéia, você escolhe o lugar para sair, você compra o ingresso, você decide...
Ué...não é bom aceitar um convite feito por outra pessoa, ao invés de escolher o lugar para passear?
E ouvir a campainha de casa tocar então, com alguém te esperando no carro para te dar uma carona?
E não é ótimo cair na gargalhada com alguém quando a balada virou um mico, ou comentar com alguém a beleza de um lugar?
Parece que chego mais uma vez a conclusão de que os extremos não são os lugares mais confortáveis...porque incomoda viver sempre sozinho e incomoda não estar nunca sozinho. O exagero cansa.
Ou seja...o equilíbrio é a solução! Novidade? Claro que não...
O lucro, neste caso, está em aproveitar cada momento com seus prazeres e desprazeres característicos.
E uma coisa que importa muito: estar sempre em boa companhia...seja consigo mesmo ou com os outros.
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SÓ PARA CONSTAR: Algumas vezes não fazer nada (ou estar sozinho) é uma opção...existe muita coisa pra fazer e algumas pessoas...mas não é O QUE você quer fazer no momento...nem COM QUEM você quer estar.

10 de jan. de 2010

Algumas vezes um pensamento ocupa um espaço imenso na mente do ser humano e não o liberta até que se faça algo com ele.
Existe quem utilize este pensamento incessante como inspiração... Daí surge música, poesia, criações diversas e no caso de jornalistas, textos.
Não é necessário que seja um pensamento complexo, profundo... E nem importa de onde tenha surgido; pode ser de um encontro entre amigos, de uma balada divertida ou até de um papo acompanhado de uma pizza num sábado à noite.
O que sei é que o pensamento fica ali, remoendo, remoendo e você precisa externá-lo.
Então, aqui está o mais recente que tem cutucado meus neurônios:
Que táticas o ser humano utiliza para identificar e reconhecer os valores de outra pessoa?
Compliquei? Descomplico:
Ao conhecer uma pessoa, geralmente fazemos observações e julgamentos superficiais...a famosa “primeira impressão”.
Quem é este ser humano que se apresenta a minha frente?
E muitas outras questões surgem em fração de segundos, quase instintivamente, pretendendo responder esta pergunta inicial.
Como eu nunca ouvi alguém dizer (ou pelo menos assumir) que gostaria de conhecer alguém desonesto, mentiroso, falso... Então, um dos julgamentos principais, é este:
Esta pessoa é confiável?
No caso específico de uma apresentação entre um homem e uma mulher a coisa torna-se um pouco diferente... Pensamentos machistas ou feministas ao extremo podem interferir nessa observação inicial.
E este “inicial” não se refere apenas ao primeiro encontro, pois demora um pouco mais de tempo (às vezes muito mais tempo) para identificar os valores éticos (e talvez morais) de uma pessoa.
Independente do espaço que se pretende que esta pessoa ocupe em sua vida, identificar se é uma pessoa “do bem”, uma pessoa respeitável, confiável, digna, honesta, sincera, trabalhadora, inteligente, serve para futuros amigos, namorados, amantes, colegas de trabalho... Não importa.
Principalmente quando enganos anteriores, precipitações, julgamentos equivocados existiram com pessoas que nos foram apresentadas anteriormente, uma palavra surge imediatamente: receio.
Receio de errar novamente.
Então cria-se parâmetros para enquadrar este ser que se apresenta.
Se ele fizer isto, serve. Se fizer aquilo, não serve.
Se falar isto, ótimo. Se não falar, um ponto a menos.
Se agir assim, adoro. Se agir de outra maneira, odeio.
Se a pessoa sai por um instante deste limite, destes parâmetros previamente definidos, adeus.
Não serve para ser amigo, namorado, colega de trabalho.
E aí está a questão: este julgamento todo, limitado por tanto receio, protege de conviver com pessoas ruins e evita transtornos ou limita demais e afasta por um pequeno detalhe pessoas boas?

Compliquei de novo? Tento descomplicar:
Mulheres são injustamente observadas e julgadas porque assumem suas vontades e desejos sem pudores... Confunde-se isso com leviandade.
Homens são injustamente observados e julgados porque dizem aquilo que pensam e sentem... Confunde-se isso com imaturidade.
Entre tantos outros exemplos de julgamentos precipitados.
Existe quem se proteja de todo este julgamento e toda esta observação e pense muito antes de falar, pense muito antes de agir... Só que torna-se artificial... tudo planejado estrategicamente para surpreender positivamente.
Talvez nem tão real.

E aí corre-se o risco de errar, talvez com maior probabilidade: afasta-se quem mostra toda sua essência e convive-se com quem agiu, pensou e falou planejadamente.
Mas a escolha é individual. Cada um escolhe as táticas particulares de julgar se uma pessoa é boa ou não.
Eu? Escolho a transparência...ainda que não seja a perfeição.
Porque acredito que honestidade, caráter, dignidade e confiabilidade não estão estampadas em uma atitude apenas, uma palavra ou um gesto...reconhece-se tudo isso quando permite-se que o outro se mostre por inteiro.
Até porque é assim que me mostro: não perfeita, mas real.